Com esse teu olhar de mar e cabelo de fogo,
ardente envolvente e cego, como uma sombra que não vê, e não vejo,
pois para mim não és invisível nem visível,
és uma sombra que me faz sorrir e me faz bem,
como versos cheios de fantasia e cólera,
ou talvez seja apenas um castelo,
[sobre nuvens fechadas a sete chaves]
numa sombra que apenas eu vejo, de baixo para cima, como uma ilusão,
que se pode desmoronar a qualquer momento,
nesta sombra que ainda é sonho ou não,
[que desabrocha como uma flor, bem devagarinho]
como uma torre de uma construção em lego,
[que se constrói em bases prováveis de cair,
que crescem timidamente, impacientemente e curiosamente,
como uma sombra que tenta fugir do medo dela mesma…
Á espera de te ver, se não passarás de uma fantasia,
passes de palavras, que num segundo logo a seguir à aquela onda,
que espero que traga boa novas tuas, desespero pacientemente,
mesmo logo a seguir às nuvens que passam,
vejo que não deixam nada teu,
apenas o teu perfume sem cheiro,
[dissolvido na água do mar que me inspira
tal como as ondas que vão e vêem]
numa dança como uma brisa
[que nunca me diz onde tu estás e para onde vais,
como é que tu te me irás encontrar no meio desta multidão…
continuo à mesma à tua espera, paciente mas curioso,
mesmo com este meu sorriso mal amado e por vezes só,
continuo a alimentar esta fantasia, esta telepatia,
de um dia te olhar nos teus olhos,
e te ver a sorrir por minha causa, ver o teu sorriso,
ver essa tua sombra que me fascina mesmo sem a ver
neste desejo que os teu olhos me abracem, só com um olhar,
num momento de cumplicidade, neste fio de telepatia que nos liga,
que quero encontrar, explorar e sentir contigo as ruas que desconhecemos,
sem forçar e que isso apenas te faça sorrir pois assim também eu sorrio,
em conjunto, por ti e por mim, quando os nossos olhares se cruzarem,
nesse olhar que desconheço e que anseio por conhecer…
[apenas quero te ver a sorrir,
para entrar nele e fazer-te sorrir,
e tudo apenas para te ver a sorrir, nem que seja por um segundo
com conversas banais e à solta, pela sombra que foge do medo!
Francisco Júnior – 4 de Julho de 2011
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