terça-feira, 15 de novembro de 2011

“ A solidão nas ruas da cidade ”




"Imagem do Google"





A velocidade da cidade que atormenta os sentimentos

das pessoas que correm desalmadas sem ver, sem olhar,

acelerados e egoístas, numa dança entre ruas,

na noite que assombra o teu olhar e o meu, e outro olhar vagabundo,

que se afasta cada vez mais e o sinto, e o sentir apenas,

como se enganasses a própria sombra,

como se nos enganássemos todos os dias,

num jogo de sedução, em que passas de rua e entre ruas e foges de mim,

andamos a fugir de sentir ou amar o próximo,

fugimos e deixamos passar a vida que corre e atropela-nos,

mas não cortas a visão e nem os laços que nos ligam,

preferes ficar a olhar do fundo da rua, deixas algo a flutuar,

em que deixas tudo aberto e ao mesmo tempo fechado,

em que foges e me deixas entregue

a esta desilusão e mágoa, na noite que me aconchega

e que me acolhe esta solidão que me deixas-te…

Não é que te condeno decidires ficar do outro lado da rua

é a forma como o fizeste infeliz e egoísta

porque deixas-te o sinal vermelho para trás

e assim nunca que poderei passar para a tua rua…

a vida que segue em frente

e não nos deixa parar, de corrermos e fugirmos de nós próprios…

boa sorte na outra rua ou cidade perto de ti…

estarei sempre aqui deste lado até mudar de rua!


Francisco Júnior - 15 de Novembro de 2011

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