"Imagem do Google"
A velocidade da cidade que atormenta os sentimentos
das pessoas que correm desalmadas sem ver, sem olhar,
acelerados e egoístas, numa dança entre ruas,
na noite que assombra o teu olhar e o meu, e outro olhar vagabundo,
que se afasta cada vez mais e o sinto, e o sentir apenas,
como se enganasses a própria sombra,
como se nos enganássemos todos os dias,
num jogo de sedução, em que passas de rua e entre ruas e foges de mim,
andamos a fugir de sentir ou amar o próximo,
fugimos e deixamos passar a vida que corre e atropela-nos,
mas não cortas a visão e nem os laços que nos ligam,
preferes ficar a olhar do fundo da rua, deixas algo a flutuar,
em que deixas tudo aberto e ao mesmo tempo fechado,
em que foges e me deixas entregue
a esta desilusão e mágoa, na noite que me aconchega
e que me acolhe esta solidão que me deixas-te…
Não é que te condeno decidires ficar do outro lado da rua
é a forma como o fizeste infeliz e egoísta
porque deixas-te o sinal vermelho para trás
e assim nunca que poderei passar para a tua rua…
a vida que segue em frente
e não nos deixa parar, de corrermos e fugirmos de nós próprios…
boa sorte na outra rua ou cidade perto de ti…
estarei sempre aqui deste lado até mudar de rua!
Francisco Júnior - 15 de Novembro de 2011
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