quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"Caminho no fio da navalha"















"Caminho no fio da navalha"

Caminho lado a lado, com a força bruta deste rio, douro que me abraça,

que me encanta, com este raios sol que me queimam com ardor,

nesta caminhada, entre o rio e as pontes, que me compreende,

atrás das nuvem escondida, que se escondem e que me escondem,

nos anjos que me observam, nas colinas e pontes que me esperam,

e que ainda por mim me aguardam, e guardam um lugar não sei bem onde,

que um dia venho recolher, pois sem bem eu porquê, minha cidade que me vê,

que me acolhe numa asa que voa aberta,

de sonhos e fantasias raros, que não são uma heresia,

tal como a força deste rio que transborda pelas margens,

resgatando aquilo que lhe pertence,

vai atrás das pontes e colinas, ganhar aquilo que perdeu,

vai encontrar o amor, porque quem ama tem medo de perder,

porque quem não arrisca não ama,

por isso transborda a sua rama em busca do algo,

o que ainda não ganhou vai ganhar, o direito do amar...

por isso caminho a adiante, sigo em frente na busca da paz interior,

através desta luz neste rio especial, sem dor sigo em frente,

vou atrás das respostas, que não as consigo apanhar nem as decifrar,

não sei se te vou ter ou se te vou perder, penso que desfecho será igual,

como fosse um barco que vai e volta e o rio deixa-o sempre para trás,

porque anda mais rápido que a velocidade da água ou o contrário,

num dança de ilusões, neste rio que vai ao meu coração mais empolgado,

que busca a paz e bons momentos, nesta caminhada que deixa os medos para trás,

como a ligação entre o rio e o barco, numa ligação perfeita,

e apenas me acrescenta ainda mais dúvidas e incertezas ou certezas,

no meio destas colinas, entre pontes e rios,

onde escondo esta angústia, esta agonia de sofrer antecipadamente,

pelas cheias poderem chegar e vão chegar... só não sabemos quando e como,

espero e paro com o sol cada mais quente a queimar-me na cara,

até já chega ao coração embalado pelo som do rio e a brisa leve,

tento te ver mas não consigo, tento imaginar a fantasia que sigo,

será que cheguei ao fim da minha linha deste meu rio? Ou será este o recomeço?

[se este é o fim e começo de outra linha, irei então aproveitar a oportunidade de navegar,

viver o momento e saltar o rio, aproveitar para passar as pontes e caminhar,

para fazer loucuras ou doçuras,

para apanhar uma nuvem e tocar no sol... e queimar-me!]

porque se me vou queimar outra vez que seja apenas mais esta vez,

porque se a vida é assim...temos que ir para aprender,

errar para melhorar, errar para cair,

por isso o melhor remédio é ir e perder os medos,

amar sem rede com sede de aprender sem medo de amar!

Francisco Júnior - 6 de Maio de 2011

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