terça-feira, 30 de setembro de 2008

" Inexplicavelmente "

A minha alma chora, muda,
tudo me atormenta,
tudo me afasta para bem longe de ti,
um frio inexplicável, 
que nem sei donde nasceu, 
pois corro para um abismo 
que mais parece um sismo, violento, meu, 
onde tudo abala, tudo perde o encanto,
e a vida pára por um instante, 
como se o tempo tivesse secado, o meu rio,
num verdadeiro deserto, este o meu...

Debruço-me no tempo, 
como campos vazios à espera que o vento
leve estes atrofios, este cios,
deste coração que arde de dor, 
num verdadeiro motim, que sofre em silêncio,
nesta ilusão sem fim, amordaçada,
num sonho que morre assim, à beira mar, 
perdido, por simplesmente amar...

A vida parece uma lança,
um punhal que é mudo e ataca sem aviso,
quando os ventos mudam repentinamente  
a ferida é grande, tão grande, 
que o sangue forma um rio... 

" Francisco Júnior "

Sem comentários: