O silêncio das aves a voar
é como se o tempo parasse,
ai se o vento falasse
nunca mais parava de discursar,
ai o silêncio que nos consome
que não se liberta num grito de dor
nem transborda a raiva,
pois está preso nos confins da alma
em que é o silêncio que fala,
é um estado de espírito da alma
talvez uma paz interior,
que jamais se irá desenhar no exterior...
Ai o silêncio
das noites em branco
imaculadas de encanto
à janela a observar o mundo,
e ao admirar as estrelas do céu
qual não é o meu espanto
quando oiço a voz do silêncio
a voz da minha alma
a voz do meu silêncio...
Ali estava eu sem palavras,
especado a olhar para o céu estrelado
mudo como as flores,
seco como o deserto,
em silêncio para o mundo exterior
ouvindo a voz do meu silêncio
que penetrava na minha mente
como palavras imaculadas e sem som
mas que me levavam para bem longe,
para muito longe,
para um lugar onde as palavras são mudas
onde se sente o Ser, sonhando,
era o silêncio que falava, não falando
era a voz do meu silêncio que ia suspirando...
" Francisco Júnior "
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