terça-feira, 30 de agosto de 2011

“Conversas à solta”

Com esse teu olhar de mar e cabelo de fogo,

ardente envolvente e cego, como uma sombra que não vê, e não vejo,

pois para mim não és invisível nem visível,

és uma sombra que me faz sorrir e me faz bem,

como versos cheios de fantasia e cólera,

ou talvez seja apenas um castelo,
                          [sobre nuvens fechadas a sete chaves]

numa sombra que apenas eu vejo, de baixo para cima, como uma ilusão,

que se pode desmoronar a qualquer momento,

nesta sombra que ainda é sonho ou não,
                            [que desabrocha como uma flor, bem devagarinho]

como uma torre de uma construção em lego,
                                          [que se constrói em bases prováveis de cair,

que crescem timidamente, impacientemente e curiosamente,

como uma sombra que tenta fugir do medo dela mesma…

Á espera de te ver, se não passarás de uma fantasia,

passes de palavras, que num segundo logo a seguir à aquela onda,

que espero que traga boa novas tuas, desespero pacientemente,

mesmo logo a seguir às nuvens que passam,

vejo que não deixam nada teu,

apenas o teu perfume sem cheiro,

[dissolvido na água do mar que me inspira
                                             tal como as ondas que vão e vêem]

numa dança como uma brisa
                        [que nunca me diz onde tu estás e para onde vais,

como é que tu te me irás encontrar no meio desta multidão…

continuo à mesma à tua espera, paciente mas curioso,

mesmo com este meu sorriso mal amado e por vezes só,

continuo a alimentar esta fantasia, esta telepatia,

de um dia te olhar nos teus olhos,

e te ver a sorrir por minha causa, ver o teu sorriso,

ver essa tua sombra que me fascina mesmo sem a ver

neste desejo que os teu olhos me abracem, só com um olhar,

num momento de cumplicidade, neste fio de telepatia que nos liga,

que quero encontrar, explorar e sentir contigo as ruas que desconhecemos,

sem forçar e que isso apenas te faça sorrir pois assim também eu sorrio,

em conjunto, por ti e por mim, quando os nossos olhares se cruzarem,

nesse olhar que desconheço e que anseio por conhecer…
                                                                 [apenas quero te ver a sorrir,
para entrar nele e fazer-te sorrir,

e tudo apenas para te ver a sorrir, nem que seja por um segundo

com conversas banais e à solta, pela sombra que foge do medo!

Francisco Júnior – 4 de Julho de 2011

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