quarta-feira, 7 de outubro de 2009

“Cumplicidades”

Aqueles momentos sublimes
em que as palavras são mudas
e o silêncio entre nós permanece,
num ritual mudo, falando em silêncio,
como se estivéssemos a falar um com o outro,
como árvores em que os seus ramos se apoiam,
numa sublime amizade por telepatia!

Por telepatia caminhamos lado a lado, em uníssono,
percorrendo a vida sempre ligados,
em pensamentos, cumplicidades, palavras ou silêncio,
nem os ventos nos separavam, tempestades ou outros,
mesmo quando os caminhos são diferentes,
a cumplicidade, nos ligava, uma telepatia,
neste comboio, na vida, nem sempre nos encontrámos,
encontros e desencontros,
os nossos corações sempre sentiram a mesma quimera,
esta magia, esta telepatia que nos liga, nos mantém interligados,
indiferente a tudo e a todos, sempre lado a lado...


Mesmo quando o silêncio se instala
é respeitado como um culto,
quando as palavras saem,
parecem música, por vezes também desafinada,
mas depressa encontramos a afinação vinda do coração,
quando as tuas lágrimas escorregavam
por esse rosto que se faz forte mas também é delicado,
minhas também são, cumplicidades, telepatias,
tu choras eu choro, tu ris eu rio, tu ficas triste eu fico triste,
os nossos risos naturais como a natureza, gargalhadas sentidas,
entoavam sempre o nossa música, a nossa boa disposição,
a nossa alegria no seu cume mais alto, quase tocávamos na lua,
a nossa cumplicidade sempre em voo picado!


Francisco Júnior – Terça-feira, 21 de Julho de 2009

1 comentário:

Eliane Alcântara. disse...

Vasco, eu vim conhecer a sua escrita e por sinal gostei bastante.
Um trabalho delicado, que só as almas sensíveis são capazes de
acolher e compreender.
Parabéns e que a Poesia continue a
fazer parte dos seus dias.